Você já sentiu, durante a Santa Missa, um desejo profundo de servir mais perto do altar? Muitas vezes, ao observar a distribuição da Sagrada Comunhão, leigos e leigas sentem o chamado para auxiliar o sacerdote nesta missão tão nobre.
Popularmente conhecido como “Ministro da Eucaristia”, o nome correto desta função é, na verdade, Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão (MESC). Essa distinção é importante porque o único ministro da Eucaristia (aquele que consagra) é o padre; o leigo é chamado a servir a Comunhão aos irmãos.
Mas tornar-se um Ministro Extraordinário não é apenas uma questão de “querer”, mas de estar preparado espiritualmente e canonicamente.
Se você tem dúvidas sobre os requisitos, a formação necessária e como funciona esse processo na Igreja Católica, este artigo foi feito para você.
O que é um Ministro “Extraordinário”?
Primeiro, é preciso entender o papel do leigo. A Igreja nos ensina que os ministros ordinários (ou seja, os titulares naturais) da distribuição da Comunhão são os ordenados: o Bispo, o Padre e o Diácono.
O leigo atua como ministro extraordinário. Isso significa que ele recebe uma investidura temporária para auxiliar os clérigos quando há um número muito grande de fiéis na Missa, ou para levar a Comunhão aos doentes e idosos que não podem ir à igreja. É um serviço de auxílio e caridade.
Quais são os requisitos para ser Ministro da Comunhão?
Não existe um “concurso”, mas existem critérios claros que a Igreja exige para confiar o Santíssimo Sacramento a um leigo. Embora possa haver pequenas variações conforme a Diocese, os requisitos universais são:
- Ser católico praticante: Ter uma vida de fé ativa e participar das missas dominicais.
- Sacramentos da Iniciação Cristã: É obrigatório ter recebido o Batismo, a Primeira Eucaristia e a Crisma.
- Estado de Vida Regular: Se for solteiro, deve viver a castidade cristã. Se for casado, deve ter recebido o Sacramento do Matrimônio na Igreja Católica (quem vive apenas junto ou é casado apenas no civil geralmente não pode exercer o ministério).
- Boa fama moral: Ser reconhecido na comunidade como uma pessoa idônea, honesta e de bom testemunho cristão.
- Idade Mínima: A maioria das dioceses pede que o candidato tenha, no mínimo, entre 18 e 21 anos.
O Passo a Passo: Como acontece na prática?
Muitas pessoas perguntam na internet: “Onde me inscrevo?”. Na verdade, o processo nasce dentro da comunidade.
- O Convite ou Apresentação: Geralmente, o pároco identifica pessoas com o perfil adequado e faz o convite. Porém, se você sente o chamado, pode conversar com seu padre e manifestar sua disponibilidade em servir como Ministro Extraordinário.
- Aprovação: O nome do candidato costuma passar pela aprovação do Conselho Pastoral da Paróquia.
- A Formação (Obrigatória): Ninguém sobe ao altar sem preparo. Antes de ser investido, o candidato precisa passar por um curso de formação litúrgica e doutrinal.
Por que a Formação é tão importante?
Lidar com o Corpo e Sangue de Cristo é a maior responsabilidade que um católico pode ter. O Ministro da Comunhão precisa saber:
- Como manusear a cibória e os vasos sagrados com o devido respeito;
- O que fazer em caso de fragmentos ou acidentes (se a hóstia cair, por exemplo);
- A postura correta e as vestes adequadas no presbitério;
- O rito correto para o Viático (comunhão aos enfermos).
Muitas vezes, a formação paroquial é rápida e o ministro acaba assumindo a função com medo de errar ou com dúvidas litúrgicas graves.
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